Está seção é dedicada a algumas das principais invenções e descobertas realizadas na China antiga:
O Ábaco é um antigo instrumento de cálculo, que segundo muitos historiadores foi inventado pelos chineses, pelo menos em seu formato moderno, já que para alguns a sua forma primitiva deve ter nascido na Mesopotâmia.
O nome ábaco, pelo qual este instrumento é conhecido no ocidente, não é chinês e sim uma derivação grega da palavra ABAX que significa “quadro com areia”. O nome em chinês é suàn pán e significa tabuleiro (Pán) de calcular (Suàn).
Na china, em tempos antigos, as pessoas utilizavam hastes e contas para fazer cálculos, num sistema simples. Mais tarde, com o desenvolvimento da produtividade, o volume de cálculos se tornou maior e fazer contas com a forma tradicional se tornou ineficiente. Com isso, nasceu esta tecnologia avançada de cálculo.
O suàn pán é formado por uma moldura retangular, usualmente de madeira, com hastes paralelas e contas deslizantes em 2 regiões distintas. A região de baixo possui 4 ou 5 contas, onde cada uma equivale a uma unidade. Na região de cima, existem 1 ou 2 contas que representam 5 unidades, com uma pequena barra os separando. Este instrumento costuma ter 20 cm de altura, mas possui diversas larguras de acordo com a sua aplicação.
Já na Dinastia Ming (1368-1644 DC) as pessoas usavam este instrumento para realizar somas, subtrações, multiplicações e divisões e em pouco tempo o suàn pán foi disseminado para o Japão, Coréia e diversas regiões do sudeste asiático.
Atualmente o suàn pán ainda é muito utilizado na Ásia pelo seu baixo custo e forma simples de cálculo e é possível encontrar na china pessoas que o manuseiam com muita rapidez e obtêm resultados, para complexas operações como raiz quadrada, com a mesma velocidade que a maioria de nós faz conta numa calculadora digital.
O uso do suàn pán auxilia no desenvolvimento mental, pois requer o uso coordenado da mente, olhos e mãos.
A invenção do papel ocorreu no ano 105 depois de Cristo e é atribuída a T’sai Lun, embora amostras de papel encontradas em achados arqueológicos na região Oeste da China e do Tibete possam apontar para que o seu fabrico se tenha iniciado alguns séculos antes, por volta de 200 antes de Cristo.
Para todos os efeitos a invenção do papel é atribuída a T’sai Lun, um oficial da corte do imperador chinês Hedi, da Dinastia Han (206 a.C. a 202 d.C.), que produziu papel a partir de uma mistura de fibras vegetais (casca de amoreira, cânhamo, tecidos, entre outros). Estas fibras foram depois cozidas em água quente, batidas, esmagadas e peneiradas, dando origem a uma pasta que, depois de vertida numa armação de madeira e comprimida, resultava numa folha plana. Ao ser seca ao sol, transformava-se num suporte onde se podia desenhar ou escrever caracteres.
Estava assim encontrado um material mais leve e que, tornando-se mais prático para receber a escrita, substituiu rapidamente os anteriores suportes usado desde a invenção da escrita, como a madeira, o papiro, o pergaminho ou a seda. Foi com recurso a este novo suporte que os monges budistas puderam escrever as suas orações e difundi-las em grande escala pelo território chinês durante o século VII d.C.
A técnica de fabrico do papel manteve-se secreta entre os chineses ao longo de cerca de seis séculos, embora o seu uso tivesse sido difundido por quase todo o império chinês, levado pelos mercadores que percorriam as diversas rotas comerciais. Só já em meados do século VIII é que a técnica ultrapassou as fronteiras do império chinês começando a sua difusão pelo mundo.